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Monday, July 13, 2009

Graça?!?!?

«Estavamos como que mortos por causa das nossas falhas, dos nossos erros. (...) Mas Deus, rico em misericórdia, rico em graça, em consequência do seu sublime amor por nós, e estando nós ainda mortos pelas nossas falhas, nos deu uma vida nova, ao trazer Cristo à vida. Foi somente pela graça de Deus que fomos salvos. Nós voltámos com Cristo, e foi-nos concedido por isso o direito de acesso espiritual, pela fé, ao mundo divino em que Cristo habita. A fim de que, para sempre, todos constatem como é rica e generosa essa sua graça, que ele revelou em tudo o que ele fez por nós através de Jesus Cristo. Porque pela sua graça é que somos salvos, por meio da fé que temos em Cristo.»

A humanidade celebra a liberdade. Celebra a liberdade de expressão, celebra a liberdade de imprensa, celebra a liberdade de culto. A humanidade celebra a igualdade de oportunidades, celebra a igualdade entre sexos, celebra a igualdade entre os seres humanos. A humanidade celebra a liberdade historicamente adquirida, seja a nível nacional, celebrando independências ou revoluções, seja a nível global, celebrando o final de guerras que terminaram com a vitória 'dos bons'. A humanidade celebra a sua própria capacidade de criar acontecimentos ou eventos históricos, mesmo que, no caso de muitos deles, pouco tenham contribuído para a nossa felicidade enquanto humanidade. A humanidade leva muito a sério aquela máxima que nos diz para celebrarmos cada conquista, para que não a esqueçamos nem a desprezemos.

Mas, ao mesmo tempo que celebramos tudo e mais alguma coisa, esquecemo-nos (ou fomo-nos esquecendo...) daquela que é a conquista mais importante da humanidade. A graça. O facto de uma nova porta de oportunidade ter sido aberta, e de não mais termos de sofrer pelos erros que cometemos. A possibilidade de, tendo uma compreensão, ainda que limitada, do conceito de graça divina, podermos usar dela para com aqueles que nos rodeiam.

Suprema ironia esta. Ao mesmo tempo que fomos aprendendo a comerar tudo, fomos também retirando o significado real das coisas que comemoramos à séculos. Só assim se explica que natais e páscoas sejam, nos dias de hoje, mais uma oportunidade comercial do que uma celebração, mais uma oportunidade de férias e descanso do que uma oportunidade de reflexão e de devolução de sentido à vida. Estranho...no exacto momento em que a sociedade tem dificuldades prementes e crescentes em encontrar-se, nós retiramos-lhe todos os sinais de trânsito...

Graça. Favor imerecido. Perdão sem nada em troca. Graça sobre nós. Graça de nós para os outros. Seria um mundo bem melhor, não seria?

2 comentários:

Mafalda Ribeiro said...

Já vi que hoje caíste no caldo da inspiração,
ou melhor, entornaste o caldo da inspiração e deste de beber a quem te lê de uma forma generosa, digo, cheia de GRAÇA!
Quando vi o título do post pus "A Tua Graça" do nosso Ricardo a tocar, e é linda a forma como com as tuas palavras me levas a comemorar o facto de A Palavra ser o bem mais precioso que eu e tu temos, para sentir e compreender a Graça.
E não me interessa quando me pedem para ser racional. A única coisa que eu quero ser capaz é de colocar nas palavras, como tu fazes aqui, a Graça de mim para os outros. Aquela que aceitei que caiu sobre mim um dia e que merece ser compartilhada com quem não sabe que a tem.
A ti, obrigada por (com outro tipo de graça) me fazeres sempre rir. Aqui, agora, chorar... de alegria, por te ler! MAFI

Ana Ramalho Rosa said...

Sem perder o valor do tema, sem a Graça de Deus a nossa vida é uma desGraça... nos mais variados sentidos.

Uma das coisas que mais me impressiona é perceber como Deus, mesmo sabendo que iríamos romper a nossa amizade com Ele, criou um planeta para nos acolher, depois formou-nos e, antes de tudo, já tinha um plano para voltar a restabelecer esse relacionamento.

Tudo, pela Graça... não por "pena" ou por qualquer outra coisa... mas foi o amor imerecido de Deus por nós.

Quem não tem motivos para celebrar?