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Monday, March 9, 2009

Quase

Já repararam que a palavra 'quase' é uma das palavras mais utilizadas na nossa linguagem diária? Existe um número gigantesco de coisas que, no nosso dia-a-dia, passam pelo 'crivo do quase'. Quase vimos isto, quase ouvimos aquilo, quase fizemos aqueloutro, quase fomos não-sei-o-quê, quase tivemos a possibilidade de, quase éramos capazes de...

Tirando aqueles que foram trocando o quase pelo quase (lá está...) socialmente aceite 'quaise', o quase ganhou hoje um lugar de quase (lá está ele outra vez...) preponderância no nosso dia-a-dia. Bom, mas não peguei neste tema (se lhe for possível chamar 'tema'...) para fazer umas piadinhas, até porque não é o meu 'ministério'. Deixando brincadeiras de parte, creio que muitas das vidas com que nos cruzamos no dia-a-dia também correm o risco de se ficarem pelo 'quase'. A barreira do quase serem felizes, do quase serem capazes, do quase terem uma família e um lar feliz e estável, do quase alcançarem as suas metas e sonhos.

É tempo de arregaçar as mangas. O quase não chega. Chega de ficarmos perto, tão perto de fazer algo acontecer. Na nossa vida, na nossa família, no nosso trabalho, à nossa volta...vamos fazer algo de importante, algo de capaz, algo de histórico. Não vamos chegar 'quase lá'. Ninguém se lembrará esta geração no futuro...Por isso, vamos fazer acontecer.

Friday, March 6, 2009

Os partidos pequenos e a descredibilização dos gigantes


A imagem à direita mostra a tendência mais recente das sondagens no nosso país: a constante queda dos 'gigantes' PS e PSD e a subida acentuada dos pequenos partidos: Bloco, PCP e CDS (a quem já alguns 'entendidos' fizeram o funeral uma dúzia de vezes, mas que lá se vai mantendo nas contas...). Tendência estranha num país que, desde a consolidação da democracia, se habituou a ver no PS e no PSD as grandes forças políticas nacionais, enquanto todos os 'outros' eram relegados para uma posição de segundo plano. Mas o que motiva esta viragem para os pequenos? Porque é que, de um momento para o outro, os portugueses parecem ver alternativa nos partidos que, até agora, não eram de poder?

Nos últimos 10/15 anos, os grandes partidos centralizaram mais que nunca as suas estratégias na pessoa do líder. Quero o PS, quer o PSD passaram a ter a sua estratégia assente no próprio líder e não no partido e na sua estrutura. Tudo isto provoca grande instabilidade nos próprios eleitores. Como é possível, por exemplo, que o PSD tenha, no espaço de 4 anos, líderes tão distintos e distantes, como Manuela Ferreira Leite e Santana Lopes? Que estabilidade mostra um partido assim ao eleitorado?

Tammbém o último congresso do PS veio reforçar esta tese. Assistimos a um partido centrado em José Sócrates que, tal como aconteceu com o PSD quando Cavaco se retirou, muito sofrerá quando assistirmos à sua saída de cena. Afinal quem define as matrizes dos partidos? O líder ou as bases? E qual o papel das bases? Serão meros fantoches de massas, manipulados conforme o entendimento de quem lidera os partidos?

No meio desta indefinição levantam-se 3 partidos: BE, PCP e CDS. Os dois primeiros crescem por se afirmarem como alternativas. Propoem outros caminhos, outras formas de fazer as coisas. São coerentes nas suas lideranças e têm um caminho que, quer gostemos quer não, mantêm independentemente dos ventos políticos. O CDS cresce muito à base da descridibilização do PSD. O eleitorado de direita, aquele que se recusa a votar à esquerda do PSD, tem de votar nalgum lado, mesmo que não se reveja 'neste' PSD. Sobra Paulo Portas que, com maior ou menor dificuldade, lá vai mostrando ideias e fazendo alguma mossa no governo Sócrates...

A grande preocupação que emerge é se este crescimento não poderá fazer de Portugal um país ingovernável após as legislativas. O PS parece-me longe da maioria, o PSD parece-me longe de tudo, o PCP e o Bloco são partidos que vivem da sua condição anti-poder. Sobram três soluções: governo minoritário (que, no meu entender, não duraria os 4 anos...); CDS, em coligação com o PS (será isto possível? Que preço pagaria Sócrates?); e o Bloco Central. Dos três cenários, talvez o último seja o mal menor. Mas perante a inevitabilidade da derrota estrondosa do PSD, com quem iria Sócrates 'montar' este bloco central?

Muitas perguntas para poucas respostas...