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É fruto da maneira como vejo o mundo. Aceitam-se discordâncias e divergências, sempre dentro de uma lógica de boas maneiras, claro!

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Tuesday, November 25, 2008

O Que Constrói o Meu Futuro_Parte I

Creio que todos temos um plano e um propósito a cumprir. Creio que podemos cumpri-lo ou deixá-lo por cumprir. É por isso que assumo que a construção do nosso futuro tem tanto de 'bonito' como de central. As decisões de construção do nosso futuro determinam se eu vou cumprir ou não o plano e propósito que Deus tem para a minha vida. E isso, na minha opinião, é fundamental.

Penso muito no futuro, talvez fruto da força dos meus 24 anos. Penso muito nas coisas que eu posso decidir hoje que me levam a um futuro melhor, meu e das pessoas que me rodeiam. Fruto dessa reflexão que tem sido constante nos últimos meses, surgem algumas destas ideias que vou partilhar convosco nos próximos posts.

É neste contexto da construção do Futuro que trago para cima da mesa duas palavras bem importantes: restauração e renovação.

O conceito de restauração e renovação é interessante. É acerca de pegar naquilo que já existe e fazer melhor que isso - restauração - ou fazer de novo - renovar. Quando renovamos ou restauramos uma casa, fazêmo-lo por uma de duas razões: ou porque já não tem condições, ou porque calculamos que, num futuro próximo deixará de as ter. O desafio que se põe a nós, seres humanos, é percebermos quando temos de renovar e restaurar as coisas da nossa vida, antes que deixemos de ter condições. Ou seja, anteciparmos o que deve ser renovado ou restaurado na nossa vida.

Pensei muito nisto. Pensei muito na nossa rapidez de resposta à mudança. Será que demoramos muito tempo a responder à necessidade de mudança na nossa vida? Se sim, está na hora de agilizarmos o processo. O Apóstolo Paulo deixa implícito, quando fala na renovação da mente, que a renovação é parte da nossa própria transformação e que esta é um processo contínuo. Se formos lentos a mudar, na verdade, andaremos sempre 'atrás do tempo' e 'atrás no tempo'

É o fim, Casa Pia?

No 'Público' de hoje li a seguinte notícia:

«Entre o seu gabinete no tribunal da Boa Hora e o silêncio e tranquilidade da sua casa do Norte, o procurador João Aibéo analisou, nos últimos meses, as transcrições de parte substancial das declarações e depoimentos prestados ao tribunal ao longo de quatro anos de julgamento, registados em 12 cassetes de vídeo, 968 de áudio, 1052 CD e 314 DVD.»


Sem perder mais tempo, só faço a mim mesmo uma pergunta...4 anos, 12 cassetes de vídeo, 968 de áudio, 1052 Cd's e 314 DVD's???????????????????????

A minha segunda pergunta também é simples...como é que isto é possível?

Thursday, November 13, 2008

E agora, um registo mais descontraído...

Bom, nada como tratar de um problema sério recorrendo ao humor. O Procurador-Geral da República, o Dr. Pinto Monteiro ia-se tramando um destes dias à conta desta lógica, mas mesmo assim continuo a acreditar que vale a pena.

Antes de mais convém dizer que Portugal, no meu entender, é um paraíso para os comediantes. Matéria prima não falta, disparates são mais que muitos, a risada, só de olhar para o dia a dia do nosso querido país, é garantida e vale bem a pena. Percebe-se o esforço dos políticos, dirigentes, titulares de cargos públicos, gestores de empresas. Percebe-se a sua preocupação em produzir humor. Afinal, a coisa é tão séria que só mesmo na base do ridículo é que vamos continuando a lidar com esta e aquela situação.

Só ontem vi duas ou três coisas com as quais me fartei de rir. A trapalhada do Ministro Manuel Pinho, cujo antigo (ou ainda actual, confesso que acabei por não perceber) procurador foi nomeado agora para a Autoridade da Concorrência, isto depois de ter comprado ao BES, no tempo que Pinho era administrador deste banco, uma parcela de um edifício para o futuro ministro, coisa profundamente ilegal, já que os administradores de bancos estão proibidos de fazer negócios com os bancos que administram. Uma confusão que custa a desatar. Mas o Ministro diz que não vai ao Parlamento, nem vai falar mais acerca do assunto (como se já tivesse falado alguma coisa). Como se não bastasse, o Primeiro-Ministro diz que ouviu a notícia e que não ouviu nada de extraordinário ou fora dos parâmetros. Qual terá sido a parte do ilegal que não foi percebida pelo nosso Primeiro? (desculpem a contundência, mas estas coisas irritam-me profundamente) Se calhar foi por isso que ele fumou naquele célebre voo da TAP...

Outra. Soubemos ontem que as alegações finais do processo Casa Pia serão, mais que provavelmente, mais uma vez adiadas. Mas a juíza ficou de tal forma perturbada com umas declarações claramente 'brincalhonas' do Procurador-Geral, que perguntava se as alegações iam ser nesse tal dia, mas do ano 2010 ou 2011. A muito perturbada Senhora Dona Juíza mandou informar o quão perturbada estava com o tipo de comentários proferidos, ao mesmo tempo que se levantava novamente a mais que provável hipótese de novo adiamento. Isto de facto tem que se lhe diga...

Outra. Hoje vi o senhor Primeiro a entegar mais não-se-quantos Magalhães a uma 'catrefada' de alunos. Já alguns dias antes, tínhamos visto alguns alunos a entregar uns Damasovos (eu sei que também dava um belo nome de um portátil de produção nacional, mas trata-se de uma marca de ovos, por sinal a única de que me lembrei agora...) à Senhora Dona Ministra. Esta reciprocidade tem tanto de belo como de emocionante. Quase tão emocionante como a maneira como se tenta, à força, impingir uma reforma contra a qual estão pais, alunos, professores, sindicatos e sociedade em geral. Em suma, é a Sra.D. Maria de Lurdes Rodrigues e o seu gabinete contra o Resto do Mundo. Que belo!

E para terminar a risada ocorre-me agora um episódio nobre e de beleza inequívoca. Não julgavam que me ia esquecer do episódio da bandeira, da segurança privada e da Assembleia Regional encerrada, pois não? Claro que não me esqueci (embora só Deus saiba como o desejava esquecer rapidamente...). Vou limitar-me a narrar os factos. E digam-me se não parece saidinho de um episódio dos Simpsons... Então um deputado da Assembleia Regional da Madeira decide desfraldar uma bandeira nazi em plena hemiciclo (que ideia peregrina...). Em resposta, a sessão é interrompida. No dia seguinte, uma equipa de guardas de uma empresa de segurança privada impede o mesmo deputado de entrar nas instalações da Assembleia, isto depois de o PSD, sozinho, ter aprovado a suspensão de mandato do dito senhor (que confusão, já nem eu próprio entendo o que estou a escrever...). Após isto, todos os restantes partidos deixam a sala, deixando o PSD sozinho (ui,que diferença que isso fez...). Em resposta, o Presidente da AR Madeira decide suspender de vez os trabalhos da Assembleia enquanto decorrer o processo-crime contra o deputado do PND (à velocidade que decorrem os processos neste país, arricavamo-nos a não ter Assembleia Regional ate 2012..e daí talvez não fosse má ideia...). Enfim, parece que ontem lá retomaram os trabalhos (aviso: a palavra trabalhos aqui deve ser encarada enquanto forma de expressão, não devendo ser levada à letra) e deixaram entrar o tal deputado. Mas ainda não acabou. Parece que o tal deputado se recusou a entrar porque, e citando, o queriam fazer entrar 'pela porta do cavalo'. Hã?!?!?!? Mas a ideia não era entrar na Assembleia? Que raio de diferença faz a porta por onde se entra? Não é lá dentro que acontecem as (ah, como é que se diz? Ah, já sei...) coisas? Bom, amanhã devem haver grandes desenvolvimentos, portanto vejam se não perdem os Telejornais e Jornais da Noite...

É ou não é engraçado? Desconfio que não há outro país com tanta e tão boa produção humorística em todo o mundo. E depois venham dizer que não estamos na vanguarda.

Tuesday, November 11, 2008

Moldado pelas Dificuldades

Este título é um facto indesmentível. Mesmo que nós, no meio do pó, no meio da confusão, no meio de todos os 'mortos e feridos' não tenhamos a capacidade de o perceber na hora. Já todos experimentámos fases de grande dificuldade, onde nada parece correr conforme o planeado, em que vemos coisas a desmoronar naquilo onde menos esperávamos, como diz a canção, épocas em que 'parece que o mundo inteiro se uniu para me tramar'.

Mas este título é mesmo verdade. As dificuldades moldam-nos. Fazem-nos crescer, fazem-nos enfrentar a vida de forma diferente e com uma outra perspectiva. Nunca mais me esqueço de uma manhã fria do último Inverno. Estava em grande dificuldade comigo mesmo, se é que posso usar esta expressão. Numa hora livre da faculdade (que acabou por se tornar numa manhã inteira...), guiei o carro até uma zona muito pouco movimentada de Lisboa. Estacionei-o, recostei-me no banco do condutor e abri a Bíblia, num impulso, sem nada pensado. Depois de ter percorrido 2 ou 3 das minhas passagens favoritas, achei vindo 'do nada', uma passsagem que me marcará até ao fim da minha vida. «Mas ele disse-me: a minha graça te basta, pois o meu poder aperfeiçoa-se na fraqueza». Confesso. Fiquei sem palavras. Naquele momento chorei compulsivamente. Nada se tinha alterado em relação à espiral de acontecimentos que teimava em empurrar-me para o fundo. Mas tinha compreendido o propósito. O poder que se aperfeiçoa quando estamos fracos. Tinha compreendido que a dificuldade é uma ferramenta para o nosso próprio bem e crescimento pessoal.

Até hoje recorro a este pensamento, a esta pequena frase, para me lembrar que a dificuldade pode ser uma via para o crescimento. É nela que posso que posso fazer investimentos que me levem a ser mais e melhor do que aquilo que sou hoje. E hoje sou assim, moldado pelas dificuldades. Não moldado nas convicções, nem na crença, mas sim moldado na experiência, no saber e na capacidade de lidar com aquilo para o qual não estamos preparados.

Sei que este é um momento difícil. Basta ligar a televisão e 'apreciar' as notícias. Mas ficar a pensar numa esperança sebastianista que chegue por entre o nevoeiro é o suicídio. A crise está aí e quem quiser aprender é só olhar para ela. A experiência que este beco sem saída social em que nos metemos nos garante é a nossa maior ajuda. Saibamos nós retirar daí os devidos frutos...

Friday, November 7, 2008

O Governo protege os banqueiros...e quem protege as pessoas?

Não sou de esquerda. Muito menos da extrema esquerda. Mas hoje, enquanto passava numa das artérias mais movimentadas da capital, um cartaz 'entrou-me pelos olhos dentro', se me é permitida a expressão. É o novo cartaz do Bloco de Esquerda e diz, muito simplesmente que 'o governo protege os banqueiros...e quem protege as pessoas?'

Grande pergunta, pensei eu. Afinal há milhões disponíveis para os bancos, mas não há os mesmos milhões para os reformados, os trabalhadores, os estudantes e os doentes. Há dinheiro para 'tapar' os buracos provocados por anos e anos de gestões danosas e ruinosas, mas não há dinheiro para desafogar as famílias portuguesas, embrenhadas no meio de um mar de dívidas fruto da dificuldade em gerir as despesas correntes obrigatórias em qualquer casa.

Afinal onde ficamos? Até eu, que não sou de esquerda, pergunto-me (e desculpem a expressão...) 'Mas que raio! Afinal há dinheiro ou não há dinheiro? E, se há dinheiro, porque é que se diz às pessoas que não há, e depois dizemos aos bancos que, sim senhor, cá têm a almofadinha de uns quantos de milhões, para cobrir os vossos erros de gestão, a vossa incompetência e o dinheiro que (como no caso BPN) meteram ao bolso.'

A pergunta do Bloco faz sentido. 'Quem protege as pessoas?' Afinal quem nos protege? Quem protege os que precisam? Quem protege os doentes, os fracos, os rejeitados? Quem protege os desafortundados? Quem protege os pobres? Neste momento não tenho resposta para esta pergunta e isso pertuba-me...

E depois digam-me se o Evangelho não está mais actual que nunca...

Wednesday, November 5, 2008

E agora, Obama?

Obama venceu. Não houve surpresa. Houve, isso sim, muita emoção, festa, dança e euforia, não só nos States como um pouco por todo o mundo.

Já em 2 posts anteriores afirmei que achava que, independentemente do candidato que ganhasse, ele teria de estar preparado depois de tanta dicussão, tanto debate, tanto estudo de dossiers, e por aí fora. Creio que Obama está preparado, como estaria McCain, ou como estaria Hillary Clinton, se tivesse vencido as primárias no lado democrata. Mas a verdade é que o grande desafio vem agora aí. A partir de 20 de Janeiro, Obama será o Presidente dos Estados Unidos. As expectativas são muito altas, não só na sociedade americana, como em todo o resto do mundo. Como lidará Obama com essas expectativas? Já foi possível ver o seu carisma e discurso motivador e mobilizador de massas, mas de que lhe valerá continuar a falar em esperança se não conseguir resolver, nos próximos meses a crise económica (ou pelo menos, atenuar-lhe os efeitos...)? E o que o livrará das críticas e acusações se não conseguir a retirada do Iraque em 18 meses, tal como prometido? Ou pior ainda, que dirão se os americanos retirarem do Iraque e o poder cair nas mãos de fundamentalistas apoiados por Ahmadinejad (que parece estar à espera disso..)?

Segundo ouvi alguns analistas ontem dizer, o mais difícil está feito, a ascensão à presidência. Não concordo. O mais difícil vem agora. Obama já teve de contornar adversários políticos, resistir aos ataques pessoais vindos dos republicanos, passar por 2 anos de debate intenso e fraticida no seio do seu próprio partido. Mas não tem experiência governativa, ainda por cima quando atravessamos um período de crise tão profunda. Vejo nele carisma e capacidade de fazer as pessoas olharem para o futuro. Que, enquanto o povo vê o futuro, ele consiga lidar com o presente. Porque por mais carisma que tenha, estou certo que não resistirá ao fracasso na gestão da expectiva que tantos nele depositam.

Monday, November 3, 2008

Obama vs McCain

Faltam poucas horas para o momento mais aguardado do ano que corre: as eleições norte-americanas. Há várias semanas (ou melhor, meses!) que não se fala de outra coisa. Estas eleições, ainda mais 'apimentadas' pela crise económica internacional que, entretanto, se instalou, tendem a ser encaradas como um 'escape' a 8 anos de políticas incompreensíveis (para nós, europeus...) de George W. Bush. Creio claramente que as estas eleições não se esgotam nesta simples atitude 'escapista', antes podem ser, isso sim, um factor de devolução de confiança às pessoas, não só ao nível da realidade norte-americana, como também à escala global.

Confesso que tenho seguido com particular interesse esta disputa. Muitas coisas me têm impressionado, umas pela positiva, outras pela negativa. Conforme já escrevi, há alguns meses, neste espaço ''os Estados Unidos, no meu entender, continuam a dar um sinal de vitalidade democrática, que vulgariza, e chega, até, a ridicularizar a democracia europeia''. O nível de debate a que os candidatos são sujeitos, submetidos a um escrutínio diário desde há 2 anos a esta parte, faz com que a sua preparação seja de nível muito elevado, independentemente de estarmos a falar de Obama ou McCain.

Na Europa existe um claro apoio a Obama, um pouco motivado pelo cego apoio europeu a tudo o que não seja republicano. No meu entender, existe aqui deste lado do Atlântico uma incapacidade de leitura da realidade social e política norte americana. Tanto democratas como republicanos já tiveram bons e maus presidentes, escândalos e acusações, vitórias e problemas. Aquela ideia europeia que se formou nos últimos anos e que diz que só 'os pategos e patos-bravos do interior' votam republicano é descabida, errada e demonstra que nós, europeus, sofremos da mesma ignorância de que acusamos tantas vezes o norte-americano médio.

Não sou entusiasta de George W. No meu entender cometeu erros graves, e creio que, tanto ele, como o seu partido, sabem disso. Confesso que simpatizo com Obama e com McCain. Com o seu discurso, com a sua necessidade de mudança. Considero Obama um digno representante da nova fornada de líderes mundiais. Penso também que McCain é um 'avô moderno', competente e capaz. Por isso, seja qual for o resultado, a América sairá melhor e o resto do mundo agradece.

É pena é que continuemos sem aprender esta lição democrática que a América nos dá. Debate de ideias, debate de ideiais, discurso de mudança. Enquanto nós por cá tentamos diferenciar aquilo que não tem diferenças...