Obama venceu. Não houve surpresa. Houve, isso sim, muita emoção, festa, dança e euforia, não só nos States como um pouco por todo o mundo.
Já em 2 posts anteriores afirmei que achava que, independentemente do candidato que ganhasse, ele teria de estar preparado depois de tanta dicussão, tanto debate, tanto estudo de dossiers, e por aí fora. Creio que Obama está preparado, como estaria McCain, ou como estaria Hillary Clinton, se tivesse vencido as primárias no lado democrata. Mas a verdade é que o grande desafio vem agora aí. A partir de 20 de Janeiro, Obama será o Presidente dos Estados Unidos. As expectativas são muito altas, não só na sociedade americana, como em todo o resto do mundo. Como lidará Obama com essas expectativas? Já foi possível ver o seu carisma e discurso motivador e mobilizador de massas, mas de que lhe valerá continuar a falar em esperança se não conseguir resolver, nos próximos meses a crise económica (ou pelo menos, atenuar-lhe os efeitos...)? E o que o livrará das críticas e acusações se não conseguir a retirada do Iraque em 18 meses, tal como prometido? Ou pior ainda, que dirão se os americanos retirarem do Iraque e o poder cair nas mãos de fundamentalistas apoiados por Ahmadinejad (que parece estar à espera disso..)?
Segundo ouvi alguns analistas ontem dizer, o mais difícil está feito, a ascensão à presidência. Não concordo. O mais difícil vem agora. Obama já teve de contornar adversários políticos, resistir aos ataques pessoais vindos dos republicanos, passar por 2 anos de debate intenso e fraticida no seio do seu próprio partido. Mas não tem experiência governativa, ainda por cima quando atravessamos um período de crise tão profunda. Vejo nele carisma e capacidade de fazer as pessoas olharem para o futuro. Que, enquanto o povo vê o futuro, ele consiga lidar com o presente. Porque por mais carisma que tenha, estou certo que não resistirá ao fracasso na gestão da expectiva que tantos nele depositam.
A injustiça da parábola do filho pródigo
13 years ago
0 comentários:
Post a Comment