Faltam poucas horas para o momento mais aguardado do ano que corre: as eleições norte-americanas. Há várias semanas (ou melhor, meses!) que não se fala de outra coisa. Estas eleições, ainda mais 'apimentadas' pela crise económica internacional que, entretanto, se instalou, tendem a ser encaradas como um 'escape' a 8 anos de políticas incompreensíveis (para nós, europeus...) de George W. Bush. Creio claramente que as estas eleições não se esgotam nesta simples atitude 'escapista', antes podem ser, isso sim, um factor de devolução de confiança às pessoas, não só ao nível da realidade norte-americana, como também à escala global.
Confesso que tenho seguido com particular interesse esta disputa. Muitas coisas me têm impressionado, umas pela positiva, outras pela negativa. Conforme já escrevi, há alguns meses, neste espaço ''os Estados Unidos, no meu entender, continuam a dar um sinal de vitalidade democrática, que vulgariza, e chega, até, a ridicularizar a democracia europeia''. O nível de debate a que os candidatos são sujeitos, submetidos a um escrutínio diário desde há 2 anos a esta parte, faz com que a sua preparação seja de nível muito elevado, independentemente de estarmos a falar de Obama ou McCain.
Na Europa existe um claro apoio a Obama, um pouco motivado pelo cego apoio europeu a tudo o que não seja republicano. No meu entender, existe aqui deste lado do Atlântico uma incapacidade de leitura da realidade social e política norte americana. Tanto democratas como republicanos já tiveram bons e maus presidentes, escândalos e acusações, vitórias e problemas. Aquela ideia europeia que se formou nos últimos anos e que diz que só 'os pategos e patos-bravos do interior' votam republicano é descabida, errada e demonstra que nós, europeus, sofremos da mesma ignorância de que acusamos tantas vezes o norte-americano médio.
Não sou entusiasta de George W. No meu entender cometeu erros graves, e creio que, tanto ele, como o seu partido, sabem disso. Confesso que simpatizo com Obama e com McCain. Com o seu discurso, com a sua necessidade de mudança. Considero Obama um digno representante da nova fornada de líderes mundiais. Penso também que McCain é um 'avô moderno', competente e capaz. Por isso, seja qual for o resultado, a América sairá melhor e o resto do mundo agradece.
É pena é que continuemos sem aprender esta lição democrática que a América nos dá. Debate de ideias, debate de ideiais, discurso de mudança. Enquanto nós por cá tentamos diferenciar aquilo que não tem diferenças...
A injustiça da parábola do filho pródigo
13 years ago
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