Este Blog...

É fruto da maneira como vejo o mundo. Aceitam-se discordâncias e divergências, sempre dentro de uma lógica de boas maneiras, claro!

Sejam bem-vindos!

Thursday, February 26, 2009

Um Novo Socialismo

Ao estudar a vida de Jesus deparei-me com esta expressão na minha mente: um novo socialismo. Já tinha ouvido, na brincadeira, muita gente dizer que Cristo teria sido o 'primeiro comunista', e confesso que, há dias, enquanto estudava a vida e obra de Cristo na Terra, fui percebendo que essa afirmação poderá não ser descabida de todo...

Já fui tirando as minhas conclusões. Penso explorá-las aqui. Mas para já gostaria que pensassem até que ponto é que a vida de Jesus não trata de um 'novo socialismo', uma nova concepção da humanidade, baseada na igualdade, na inexistência de 'seres superiores' e 'seres inferiores', assente numa maior justiça e igualdade entre iguais.

Será que Cristo não representa um novo socialismo, superior àquele que politicamente nos é proposto? Pensem nisto...

Tuesday, February 17, 2009

O que fazer com a luz do dia?

A pergunta não é minha. Ouvi-a ou li-a num qualquer sítio. Sendo sincero, nem me lembro quem foi o autor da mesma, nem onde a vi, li ou ouvi. Mas, sem saber porquê, hoje lembrei-me dela. Afinal, o que fazer com a luz do dia? Creio que só perante a proximidade da sua perda nos apercebemos da sua importância. Não falo da luz do dia no seu sentido literal, mas num sentido figurado. Afinal, ver a luz do dia não é mais que uma representação da vida, o romper da manhã depois da noite. E que bela representação é essa.

Há uma expressão preciosa na Bíblia. Diz ela que 'o choro pode durar uma noite, mas a alegria vem pela manhã'. Ou seja, pode o sofrimento, a dor, a dificuldade, a montanha ou a incapacidade durar um tempo, mas existirá sempre uma manhã para que alegria venha! Talvez seja esta a única resposta satisfatória que encontre em toda a minha vida para responder a esta pergunta. O que dura uma noite se desvanecerá perante a luz do dia.

Talvez precisemos de perceber o que fazer com a luz do dia, o que fazer com a vida, o que fazer com cada manhã, com cada raio de luz que nos possibilita essa 'simples' realidade que é viver. Talvez precisemos de ver uns míseros raios de sol a anunciar que a noite terminou e que está de volta a manhã em todo o seu esplendor. Talvez precisemos de nos perguntar mais vezes 'o que vou fazer com a luz deste dia?'. Talvez precisemos de ser diligentes com o que fazemos com essa luz, com o que fazemos com a vida.

O que fazer com a luz do dia? E que tal viver...

Friday, February 6, 2009

Eluana

Cá está um daqueles casos que nos faz sentir pequeninos, pequeninos, pequeninos. A história de Eluana, uma italiana de 37 anos de idade e há 17 em coma devido a um acidente de viação deixa-nos assim. É uma das histórias que me faz pensar na questão da eutanásia e/ou da morte medicamente assistida. Percebo o que deva custar a uma família qualquer uma das decisões: manter viva uma pessoa que desde há 17 não é mais que um vegetal ou terminar com o sofrimento mútuo e provocar a sua morte. Não deixo de pensar nisto como uma questão complexa, bem mais profunda do que o simples 'não temos direito de matar ninguém'.

Compreendo o sofrimento da família, embora não o possa 'medir'. Não compreendo o sofrimento da Eluana, como é óbvio. Será que ela sente o que se passa à sua volta? Será que ela tem noção do que se passou ao longo destes 17 anos? Tudo isto são questões de profundidade assinalável e para as quais a ciência, mesmo que aqui e ali vá conseguido responder parcialmente, não dá respostas definitivas ou claras. Eu acredito piamente que não temos direito a terminar com a vida de ninguém. Mas estes casos são demasiados difíceis para serem encarados com esta argumentação. São casos que ultrapassam a equação vida/morte, extravasando para uma equação muito mais complexa e de difícil resolução.

É óbvio que, enquanto cristão convicto, creio na vida e na capacidade que Deus tem de fazer renascer/ressurgir qualquer um, mesmo nas mais difíceis condições. Mas este é um daqueles casos em que quase somos convidados a pensar com o intelecto e não com a fé. A minha fé diz-me que nunca se 'mata' ninguém. A minha razão diz-me para se dar a 'oportunidade' de te uma morte condigna a alguém. Difícil equação...muito difícil. Não venho aqui, ao contrário do que costumo fazer, dar a minha opinião em relação a esta questão. Deixem-me também adiantar que se falássemos de alguém consciente (como já aconteceu noutras ocasiões) nem sequer no racional apoiaria. Mas nestes casos muita coisa é diferente. Até interiormente sinto o dilema. Imagino pelo que passa aquela família há 17 anos. Ou se calhar tento fazê-lo, sem sucesso. Mais uma vez, razão para um lado, fé para o outro...

Como cristão vejo a fé como o ponto mais importante da nossa vida. Por ela somos salvos e justificados. Aquele que crê jamais será rejeitado ou lançado fora. Por isso, que se sobreponha a fé à razão. Mas não o consigo fazer sem que haja esta luta interior...

Wednesday, February 4, 2009

Os Milhões Perdidos do BPN

Indiana Jones não faria melhor. Em busca dos milhões perdidos do BPN dava um óptimo filme de aventura. Afinal, segundo o Público de hoje, o buraco não é de 'apenas' 700 milhões de euros, mas sim de uma módica quantia de 1800 milhões de euros! Mas não é isto que me deixa mais perplexo, há, por detrás disto algo que me deixa ainda mais surpreendido...

Ora, até Janeiro deste ano, a Caixa Geral de Depósitos (banco com capitais do Estado, logo, financiado por todos...) injectou no BPN qualquer coisa como 1400 milhões de euros. Segudno o Público de hoje 'para compensar uma eventual incorporação nas contas da CGD (leia-se Caixa Geral de Depósitos), o banco público poderá ter necessidade de recorrer de novo ao Estado para reforçar os capitais.' Vamos ver bem de que valores falamos. Estes tais 1800 milhões davam para mais de meio aeroporto de Alcochete, e cerca de um quarto do valor estimado para o TGV. É muito dinheiro, portanto, e não apenas um produto da crise dos mercados, como nos têm feito crer neste processo. Ainda por cima, e segundo o antigo vice-presidente do banco (que assumiu funções em Novembro) os salários terão conhecido acréscimo durante este período de crise e acentuar do tal 'buraco'. É isto que me indigna, esta incoerência de ter uma instituição/empresa a 'dar as últimas' e os seus admnistradores a, desculpem a expressão, 'encherem-se à grande...' isto é um acot criminoso caros amigos, e é pena que em Portugal passe incólume!

Não sou de moralismos exacerbados, mas há coisas que, sinceramente, me custam a compreender. E a maneira como isto tem sido levado de maneira tão leve e descontraída faz-me náuseas. Como foi possível ninguém, nem a entidade fiscalizadora, de nome Banco de Portugal, ter conseguido enxergar, em devido tempo, todas as 'maroscas' que por aqui se passavam? Como é possível? Como é possível que um banco que tem nos seus quadros pessoas com nível de escolaridade superior em 8% à CGD ter chegado a este nível? Só por incompetência, caros amigos...e pior que a incompetência só mesmo a cegueira que parece ter atingido aqueles que deviam fiscalizar todo o sistema bancário português...

Isto continua a ser um país engraçado...