Levanta os olhos e vê...vê a cidade onde o Sol não se põe e a lua não desaparece. Onde a luz de um povo brilha intensamente, à vista de todos. Onde os corações estremecem de emoção e os olhos cintilam, tal a alegria. Onde os rejeitados, odiados e desprezados por todos, se tornam os mais prestigiados e respeitados da Terra. Onde o cobre se faz ouro, onde o ferro se faz prata, onde a madeira se faz bronze, onde a pedra se faz ferro.
Levanta os olhos e vê...vê a cidade onde a justiça e a paz são a marca, os princípios fundamentais . Onde não há violência, onde não há guerra. Onde a tristeza desaparece para sempre, desvanecendo-se no caminho da eternidade. Onde o povo é gente de bem, gente, respeitadora da cidade, a qual guarda e da qual cuida com zelo.
Levanta os olhos e vê...vê a cidade onde tudo é novo, onde o esplendor é um simples pleonasmo, e onde a vida adquire o final sentido. Onde não há lágrima, onde não há morte, ou choro, ou dor. Onde o passado é a última morada da nossa angústia.
Levanta-te e vê...vê a cidade onde uma voz ecoa dizendo 'estou a fazer tudo de novo'. Onde quem tem sede pode beber sem restrições nem pagamento, directamente da fonte. Onde a palavra ouro não passa de uma repetição constante. Onde tudo é cristalino e emana vida. Onde a presença é constante e omnipresente, está em todo o lugar e em todo o momento.
Levanta-te e vê...vê a cidade cuja luz ilumina o resto do mundo. A cidade cujas portas nunca se fecharão. A cidade cujo tempo não terminará. A cidade que será o centro do mundo, de onde todos vêm e para onde todos vão. A cidade para onde todos os caminhos procedem.
Levanta-te e vê...vê a cidade. Vê a cidade no topo do monte. Vê a cidade de Deus.
Fé, alienação e intervenção social
12 years ago