Este Blog...

É fruto da maneira como vejo o mundo. Aceitam-se discordâncias e divergências, sempre dentro de uma lógica de boas maneiras, claro!

Sejam bem-vindos!

Thursday, July 30, 2009

A Cidade de Deus...

Levanta os olhos e vê...vê a cidade onde o Sol não se põe e a lua não desaparece. Onde a luz de um povo brilha intensamente, à vista de todos. Onde os corações estremecem de emoção e os olhos cintilam, tal a alegria. Onde os rejeitados, odiados e desprezados por todos, se tornam os mais prestigiados e respeitados da Terra. Onde o cobre se faz ouro, onde o ferro se faz prata, onde a madeira se faz bronze, onde a pedra se faz ferro.

Levanta os olhos e vê...vê a cidade onde a justiça e a paz são a marca, os princípios fundamentais . Onde não há violência, onde não há guerra. Onde a tristeza desaparece para sempre, desvanecendo-se no caminho da eternidade. Onde o povo é gente de bem, gente, respeitadora da cidade, a qual guarda e da qual cuida com zelo.

Levanta os olhos e vê...vê a cidade onde tudo é novo, onde o esplendor é um simples pleonasmo, e onde a vida adquire o final sentido. Onde não há lágrima, onde não há morte, ou choro, ou dor. Onde o passado é a última morada da nossa angústia.

Levanta-te e vê...vê a cidade onde uma voz ecoa dizendo 'estou a fazer tudo de novo'. Onde quem tem sede pode beber sem restrições nem pagamento, directamente da fonte. Onde a palavra ouro não passa de uma repetição constante. Onde tudo é cristalino e emana vida. Onde a presença é constante e omnipresente, está em todo o lugar e em todo o momento.

Levanta-te e vê...vê a cidade cuja luz ilumina o resto do mundo. A cidade cujas portas nunca se fecharão. A cidade cujo tempo não terminará. A cidade que será o centro do mundo, de onde todos vêm e para onde todos vão. A cidade para onde todos os caminhos procedem.

Levanta-te e vê...vê a cidade. Vê a cidade no topo do monte. Vê a cidade de Deus.

Wednesday, July 22, 2009

Faltam 2 meses para o caos!

Pois é amigos. Ainda nenhum de nós se aperecebeu, mas faltam sensivelmente 2 meses para o espectáculo do ano: as eleições legislativas! Isso é que vai ser bonito, ver os nossos políticos na estrada, de feira em feira, de evento em evento, de comício em comício. E atrás deles todo aquele corrupio de cartazes, de barulho, de megafones, de comitivas e por aí fora.

Quem diria há 3 meses que hoje estaríamos aqui a assistir a uma verdadeira luta entre Sócrates e Ferreira Leite? Quem diria que Ferreira Leite tem reais hipóteses de se tornar primeira-ministra? A verdade é que ninguém o diria. E com todos os defeitos que a senhora possa ter, numa coisa temos de concordar: ela é fixa de ideias, persistente e não desiste. É um bom começo. Mas Sócrates também começou assim e agora virou 'bicho manso'. Vamos lá ver se chega, de um lado e de outro.

O que me interessa verdadeiramente é ouvir quem propõe o quê. Confesso que me faz confusão quem esteve até agora no Governo vir prometer coisas que já podia (e algumas devia...) ter posto em prática antes. É o mesmo que dizer 'Eh pá, pessoal. A malta esqueceu-se de pôr isto em andamento, mas pronto, não fazemos agora, mas fazemos logo a seguir à eleições, ok?' Soa sempre a incompetência, não soa? O problema é que isto acontece sempre. Só abro excepções para casos de grandes reformas (que custam muito dinheiro e que, por isso, devem ser feitas uma de cada vez, ou pelo menos de forma controlada) a serem feitas nas segundas legislaturas. O resto, estas medidas avulsas que temos ouvido, ou muito me engano ou não passam de vãs promessas. E sabemos que nas campanhas eleitorais as promessas vãs parecem as ervas depois da chuva, aparecem em todo o lado.

O caos está perto. Preparem-se para que a 'silly season' aterre em Portugal, com consequências desconhecidas, mas certamente devastadoras. Entre quem está em pânico pela possibilidade de perder o poder e quem está sedento dele, alguns hão-de morrer, outros hão-de sobreviver à pele, outros ainda emergirão como vitoriosos sobre tudo isto. É a consequência das guerras. O problema é que, no meio disto, matamos muitos que poderiam tornar-se bons, deixamos a respirar alguns que mais valia acabarmos com eles, e proclamamos vitoriosos alguns que de competência só lhe conhecem o nome, não o significado...

Termino com um belíssimo pensamento que li num artigo há meses. No fim de contas, quem manda no país é a malta do PS e do PSD. Eles é que escolhem quem é o candidato a Primeiro. A nós, resto do país, sobra-nos escolher um desses dois. E nisto cá vamos andando...

Monday, July 20, 2009

Talvez um dia...

Talvez um dia vivamos num mundo de respeito, de igualdade e diversidade. Numa sociedade em que ninguém se possa considerar superior, mais esperto, mais astuto, mais capaz, mas onde apenas nos podemos considerar seres humanos.

Talvez um dia não se gastem milhares de milhões em armas que nos obrigam a gastar milhares de milhões em ajuda humanitária, que nos obrigam a gastar milhares de milhões em saúde, que nos obrigam a gastar milhares de milhões em segurança, que nos obrigam a gastar milhares de milhões em diplomacia, que nos obrigam a gastar milhares de milhões em fundos de 'desenvolvimento', que nos obrigam a gastar milhares de milhões no combate à corrupção, que nos obrigam a gastar milhares de milhões em projectos e soluções.

Talvez um dia não tenhamos de ficar envergonhados porque um homem vale 94 milhões de euros, ou porque vale 25 mil €/hora, ou porque é notícia se ele usa calções curtos ou longos, ou porque está na casa x ou y, ou porque passou uma noite com uma Paris, ou porque 'espatifou' um Ferrari, ou porque partiu um vidro de um carro, ou porque hoje treinou ao lado do Pepe, ou porque hoje treinou ao lado do Sneijder, ou porque autografou o seio de uma adolescente histérica.

Talvez um dia não tenhamos vergonha de dizermos e assumirmos o que somos, de assumirmos que somos sim em vez de não, de sermos conhecidos pelo que fazemos em vez de pelo o que não fazemos, de sermos respeitados porque respeitamos, de sermos excelentes no que fazemos e dignos embaixadores, de conseguirmos fazer alguma coisa por alguém neste país, de sermos capazes de saltar fora das quatro paredes.

Talvez um dia haja guerra, não 'aquela', mas uma outra. Uma guerra que mude a face daquilo que temos feito. Não sei como nem quando, mas talvez um dia.

Talvez um dia deixemos de esperar tanto tempo por aquilo que é hoje. Talvez um dia deixemos de deixar de fazer isto, aquilo e aqueloutro. Talvez aquela canção do Variações perca o sentido e deixe de pairar no ar. Talvez um dia sejamos capazes disso, talvez.

Talvez um dia eu ache que posso fazer isto tudo? Talvez um dia? Talvez amanhã? E porque não hoje?

Tuesday, July 14, 2009

Apenas...

Apenas gostaria de Te dizer que sem Ti não imagino a minha vida. Apenas gostaria de Te dizer que não imagino nada sem te imaginar a Ti primeiro. Apenas gostaria de te poder explicar que só Tu despertas estes sentimentos em mim, que não vejo nada sem os Teus óculos, sem a Tua vida, sem a Tua maneira de viver. Não me importo muito com o que outros dizem acerca de Ti. São como testemunhas de acusação que nunca Te viram (julgam eles...), que nunca Te tocaram, que nunca ouviram a Tua voz...que validade terá o seu testemunho?

Apenas queria ser capaz de Te compreender. Compreender como é que alguém ama tanto e de forma tão desinteressada, sem exigir nada a não ser eu tal como sou. Apenas queria ser capaz de compreender o que entendes por 'graça', por 'perdão', por 'amor', e porque é que essas definições são, para Ti, tão diferentes das minhas. Apenas queria perceber porque és tardio em irar-te, mas rápido em perdoar. Apenas queria perceber como é que podes transformar uma vida assim, num ápice, num piscar de olhos...

Já percebi que és maior do que alguma vez poderei compreender. É por isso que me resumo à pequenez que me invade. Sei que me deste valor, sei que colocaste tudo em jogo por mim, sei que pagaste um preço bem alto para me ver outra vez. Mas mesmo assim não consigo fazer mais do que apenas adorar-Te. É a minha resposta, é aquilo que eu devolvo a Ti, por tudo aquilo que Tu és. É a única maneira de me sentir completo, saber que Te dou tudo o que tenho. Pode parecer minúsculo aos olhos dos Homens. Nós gostamos de actos mais heróicos, mais visíveis. Mas eu não quero isso hoje. Eu quero apenas adorar-Te. Só, no silêncio da minha própria existência, apenas apresentar-Te o que tenho cá dentro. Apenas... porque sei que é isso que queres...mais do que as luzes, a fama, o espectáculo...e é fora de tudo isso que eu Te dou tudo o que tenho, tudo o que sou. Porque Tu és pessoal mas trasmissível. Porque Tu és enorme mas vives bem dentro de mim. Porque Tu és princípio e fim. Porque Tu és.

Monday, July 13, 2009

Graça?!?!?

«Estavamos como que mortos por causa das nossas falhas, dos nossos erros. (...) Mas Deus, rico em misericórdia, rico em graça, em consequência do seu sublime amor por nós, e estando nós ainda mortos pelas nossas falhas, nos deu uma vida nova, ao trazer Cristo à vida. Foi somente pela graça de Deus que fomos salvos. Nós voltámos com Cristo, e foi-nos concedido por isso o direito de acesso espiritual, pela fé, ao mundo divino em que Cristo habita. A fim de que, para sempre, todos constatem como é rica e generosa essa sua graça, que ele revelou em tudo o que ele fez por nós através de Jesus Cristo. Porque pela sua graça é que somos salvos, por meio da fé que temos em Cristo.»

A humanidade celebra a liberdade. Celebra a liberdade de expressão, celebra a liberdade de imprensa, celebra a liberdade de culto. A humanidade celebra a igualdade de oportunidades, celebra a igualdade entre sexos, celebra a igualdade entre os seres humanos. A humanidade celebra a liberdade historicamente adquirida, seja a nível nacional, celebrando independências ou revoluções, seja a nível global, celebrando o final de guerras que terminaram com a vitória 'dos bons'. A humanidade celebra a sua própria capacidade de criar acontecimentos ou eventos históricos, mesmo que, no caso de muitos deles, pouco tenham contribuído para a nossa felicidade enquanto humanidade. A humanidade leva muito a sério aquela máxima que nos diz para celebrarmos cada conquista, para que não a esqueçamos nem a desprezemos.

Mas, ao mesmo tempo que celebramos tudo e mais alguma coisa, esquecemo-nos (ou fomo-nos esquecendo...) daquela que é a conquista mais importante da humanidade. A graça. O facto de uma nova porta de oportunidade ter sido aberta, e de não mais termos de sofrer pelos erros que cometemos. A possibilidade de, tendo uma compreensão, ainda que limitada, do conceito de graça divina, podermos usar dela para com aqueles que nos rodeiam.

Suprema ironia esta. Ao mesmo tempo que fomos aprendendo a comerar tudo, fomos também retirando o significado real das coisas que comemoramos à séculos. Só assim se explica que natais e páscoas sejam, nos dias de hoje, mais uma oportunidade comercial do que uma celebração, mais uma oportunidade de férias e descanso do que uma oportunidade de reflexão e de devolução de sentido à vida. Estranho...no exacto momento em que a sociedade tem dificuldades prementes e crescentes em encontrar-se, nós retiramos-lhe todos os sinais de trânsito...

Graça. Favor imerecido. Perdão sem nada em troca. Graça sobre nós. Graça de nós para os outros. Seria um mundo bem melhor, não seria?

Friday, July 10, 2009

Armstrong...Lance Armstrong...

Que referência e exemplo. Podemos até nem ser amantes de ciclismo, ou do fenómeno desportivo, mas temos de reconhecer que ele é capaz de produzir fenómenos que se tornam referências positivas e inspiradoras. Lance Armstrong é uma dessas figuras. Não apenas pelo talento. Corrijo, não pelo talento. O título do seu livro (que, infelizmente, ainda não tive oportunidade de ler...) é sintomático e foi, para mim, de grande inspiração. 'O ciclismo não é acerca da bicicleta' é um título que faz pensar sobre o que é a nossa vida.

Todos sabemos que no ciclismo a bicicleta é importante, claro. É indispensável que ela esteja em condições, devidamente afinada e arranjada, sem problemas, de preferência. Mas, se formos analisar as razões por detrás do sucesso ou insucesso, vemos que a bicileta não assume lugar de preponderância. Sem as pernas do ciclista, sem o pulmão do ciclista, sem a capacidade de sofrimento do ciclista, sem a capacidade de superação do ciclista, sem a capacidade de recuperação do ciclista em momentos críticos, a bicicleta não é mais que um tremendo e terrível peso.

Creio que é essa a mensagem da vida de Armstrong. A bicicleta da nossa vida é importante. As ferramentas que nos foram dadas são parte dela que não podemos nem devemos negligenciar. Sejam dons ou capacidades, essa ferramentas estão a nosso uso. Mas as nossas capacidades não chegam sozinhs a lado nenhum. Para que a 'bicicleta' ganhe sentido, é necessário que o ciclista a faça andar. Isso implica preparação, sob pena de sermos obrigados a desistir mais à frente. Isso implica capacidade de sofrimento, sob pena de não aguentarmos as 'etapas' de alta montanha. Isso implica capacidade de recuperação rápida, sob pena de não conseguirmos enfrentar um novo dia depois de termos feito um grande esforço. Isso implica que nós, ciclistas, sejamos capazes de pedalar forte, para não ficarmos para trás, dosear o nosso esforço, para que não nos cansemos em etapas que mal contam para a classificação geral, que sejamos capazes de andar na frente do pelotão, para não sermos apanhados por cortes inesperados que nos façam perder o contacto com a frente da corrida. E isso implica que sejamos corredores da 'geral'. Não sprinters, cuja vitória é efémera, mas ciclistas completos, que ambicionem chegar aos Campos Elísios e fazê-lo nos lugares da frente. Tal e qual como Armstrong...

A vida não é medida pelos dons. É medida por aquilo que faço com eles.

Eleições no Benfica?!?!?!?

As férias impediram-me de comentar um dos mais acidentados acontecimentos dos últimos tempos na sociedade portuguesa: as eleições no Benfica.

Todos sabem do meu benfiquismo. Em tempos de parvoíce chega a bater em níveis extraordinários. Por agora a coisa está controlada, fruto de vários comprimidos que tenho ingerido. A maior parte deles faz-me ignorar os Falcões, os Saviolas, os Reyes e ou outros 550 nomes que aparecem na imprensa desportiva. Ah, mas as eleições no Benfica...essas só as conseguiria ter ignorado se me tivessem dado uma anestesia geral que tivesse durado umas 2 ou 3 semanas...o que se calhar não tinha sido má ideia!

A realidade é que as eleições se fizeram, e, segundo parece, foram feitas de forma legal. A outra realidade é que alguém teve mais de 90% outra vez!?!? E ainda outra realidade diz-nos que os votos em branco foram o dobro do número de votos no outro senhor, aquele do Porto Canal. E a outra realidade ainda, diz-nos que foram as segundas eleições mais concorridas de sempre. Resultado:
1.As pessoas votaram porque quiseram, e fizeram-no em massa;
2.Não só votaram massivamente, como o fizeram NUM candidato;
3.Ao fim de semanas de poeira no ar e instabilidade, finalmente fala-se em futebol. Isto dá claramente razão a LFV para ter antecipado eleições...imaginam esta 'palhaçada' em pleno campeonato????
4.O Benfica, sem vitórias, sem taças, sem títulos, sem nada, ainda consegue mobilizar mais gente que os outros 'dois' juntos...é isto que provoca 'aquele' ódio de morte que se tem pelo Benfica. E é por isso que eu gosto do Benfica, quer ele ganhe, quer não...

P.S. - Vi a apresentação do Ronaldo. Imaginem isto: de férias, na cozinha, a fazer o jantar (sim, porque a esposa merece descanso...) e a ver aquele espectáculo. Foi impressionante, mas também aumentou de sobremaneira a responsabilidade daquele número 9. Porque já a Bíblia nos 'avisa': os mesmos que nos aplaudem efusivamente, daqui a uma semana podem estar a crucificar-nos...sem motivo nem razão aparente...