Creio que tem passado despercebido ao comum dos mortais, mas está a decorrer a Cimeira de Davos, nome pelo qual também é conhecido o Fórum Económico Mundial. Todos os anos, especialistas mundiais em Economia reúnem-se para debater não só os problemas como as soluções para as questões que foram surgindo com o avançar do actual sistema económico mundial.
Este ano confesso que tenho acompanhado a cimeira com bastante atenção, ao contrário da comunicação social portuguesa (que preferiu dar mais tempo de antena a Lula da Silva aos berros e a Chávez a ter o seu mais pequeno discurso de sempre...). Entre disparates e ideias geniais, algumas coisas são bem interessantes e merecem a nossa reflexão. É verdade que alguns (ou muitos...) dos homens e mulheres que ali se encontram são os responsáveis pela forma como o mundo se encontra actualmente, a braços com uma crise económica sem precedentes e da qual ninguém parece conseguir prever como e quando acabará. Mas também é verdade que, entre coisas menos importantes, ali se têm discutido umas quantas soluções que podem ser importantes para o futuro da economia mundial.
Porque é que coloco a minha atenção numa cimeira que é vista com tanta desconfiança por quase toda a gente, perguntam vocês? Simplesmente porque me recuso a enveredar pela fúria nacionalizadora e totalitária que alguns têm vindo a tentar trazer de volta ao Estado. Não é essa a solução. O que seria do mundo com 20 ou 30 Chávez? Ou com 15 Estalines? Ou sem liberdade ou iniciativa privada? Ninguém imagina, pois não?
No meio de tantas frases, ouvi uma bem interessante, no debate sobre alterações climáticas onde participaram, entre outros, o bem conhecido Al Gore. Rasmussen, primeiro ministro dinamarquês disse uma frase bastante marcante e que marca, no meu entender, um possível virar de página nas relações que os Estados têm com o Ambiente, relacionamento esse tão difícil devido ao tão conhecido binómio Ambiente/Crescimento Económico. Uma frase simples que marca uma nova forma de pensar a que se deve tirar o chapéu. Disse Rasmussen que 'As políticas de que precisamos para ultrapassar a crise financeira são as mesmas que precisamos para combater as mudanças climáticas. Precisamos de um crescimento verde e sustentável. Eficiência verde é um assunto económico.'
No meio disto tudo pergunto-me...será que ainda é esta crise que nos vai salvar da sepultura ambiental que nós próprios criámos? Seria uma enorme ironia que fosse a a crise a salvar-nos dos nossos erros, mas que seria fantástico, disso não duvido minimamente...
Um óptimo fim-de-semana a todos...
A injustiça da parábola do filho pródigo
13 years ago
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