Este Blog...

É fruto da maneira como vejo o mundo. Aceitam-se discordâncias e divergências, sempre dentro de uma lógica de boas maneiras, claro!

Sejam bem-vindos!

Friday, January 30, 2009

O Fórum de Davos

Creio que tem passado despercebido ao comum dos mortais, mas está a decorrer a Cimeira de Davos, nome pelo qual também é conhecido o Fórum Económico Mundial. Todos os anos, especialistas mundiais em Economia reúnem-se para debater não só os problemas como as soluções para as questões que foram surgindo com o avançar do actual sistema económico mundial.

Este ano confesso que tenho acompanhado a cimeira com bastante atenção, ao contrário da comunicação social portuguesa (que preferiu dar mais tempo de antena a Lula da Silva aos berros e a Chávez a ter o seu mais pequeno discurso de sempre...). Entre disparates e ideias geniais, algumas coisas são bem interessantes e merecem a nossa reflexão. É verdade que alguns (ou muitos...) dos homens e mulheres que ali se encontram são os responsáveis pela forma como o mundo se encontra actualmente, a braços com uma crise económica sem precedentes e da qual ninguém parece conseguir prever como e quando acabará. Mas também é verdade que, entre coisas menos importantes, ali se têm discutido umas quantas soluções que podem ser importantes para o futuro da economia mundial.

Porque é que coloco a minha atenção numa cimeira que é vista com tanta desconfiança por quase toda a gente, perguntam vocês? Simplesmente porque me recuso a enveredar pela fúria nacionalizadora e totalitária que alguns têm vindo a tentar trazer de volta ao Estado. Não é essa a solução. O que seria do mundo com 20 ou 30 Chávez? Ou com 15 Estalines? Ou sem liberdade ou iniciativa privada? Ninguém imagina, pois não?

No meio de tantas frases, ouvi uma bem interessante, no debate sobre alterações climáticas onde participaram, entre outros, o bem conhecido Al Gore. Rasmussen, primeiro ministro dinamarquês disse uma frase bastante marcante e que marca, no meu entender, um possível virar de página nas relações que os Estados têm com o Ambiente, relacionamento esse tão difícil devido ao tão conhecido binómio Ambiente/Crescimento Económico. Uma frase simples que marca uma nova forma de pensar a que se deve tirar o chapéu. Disse Rasmussen que 'As políticas de que precisamos para ultrapassar a crise financeira são as mesmas que precisamos para combater as mudanças climáticas. Precisamos de um crescimento verde e sustentável. Eficiência verde é um assunto económico.'

No meio disto tudo pergunto-me...será que ainda é esta crise que nos vai salvar da sepultura ambiental que nós próprios criámos? Seria uma enorme ironia que fosse a a crise a salvar-nos dos nossos erros, mas que seria fantástico, disso não duvido minimamente...

Um óptimo fim-de-semana a todos...

Thursday, January 22, 2009

Com ou sem Mundial...eis a questão!

Mundial 2018...eis uma boa discussão!

O país divide-se em dois. Aqueles que acham que o Mundial é um desperdício de dinheiro, que o nosso país só dá atenção a coisas supérfluas como a bola, que devíamo-nos era concentrar em sair desta crise, etc, etc. Do outro lado, aqueles que acham que poderá ser um bom investimento, atraindo mais turistas, logo mais dinheiro, eventualmente uma maior exposição de um pequeno país como o nosso, ao mesmo tempo que alegra o povo, já que um mundial é uma dose de ópio (eis como eu chamo o futebol...) capaz de dar para os próximos 9 anos, com pico lá para o Verão de 2018.

Bom, eu confesso que estou algures entre estas duas. Concordo que neste momento temos mais coisas em que pensar, temos um país para recolocar de pé, depois de crises e mais crises sucessivas. Temos uma economia débil e demasiado dependente do Estado e do estrangeiro (qual deles o pior para depender...). Temos erros estruturais que têm décadas (ai a Admnistração Pública, sempre a Admnistração Pública). Temos educação, saúde e justiça e rever e a melhorar. Mas também temos uma imagem a defender, um país belo e único na Europa para promover. Temos um povo que se interessa por futebol e faz dele uma festa (quando é a selecção...). Temos sempre o ponto de vista do investimento e do crescimento que isso poderia trazer, além da promoção do país no estrangeiro, do número de turistas que por cá passariam, e do contributo que isso poderia dar em termos económicos, quer no imediato (ou, neste caso, em 2018), quer nos anos vindouros.

No caso de um país que, como o nosso, pouco investimento teria, à partida, de fazer, confesso que a ideia me parece boa. Percebo o que diz o Ministro das Finanças quando diz que 'não é uma prioridade', mas também percebo Madaíl. O homem teve, desta vez, uma boa ideia. Rentabilizar um investimento que já foi feito não é burrice nem desperdício. É ser inteligente. Ora, se nós já realizámos um investimento aquando do Euro, porque não rentabilizá-lo? Porque não reutilizar as infraestruturas desportivas (que não são só os estádios....) que já temos?

O meu único medo é o ópio. O povo parece que cega quando confrontado com estas coisas, mesmo que ainda apenas possibilidades. Ricardo Araújo Pereira disse, numa das suas crónicas que 'enquanto o Benfica estiver à frente do campeonato, o Governo pode aprovar uma lei que me obrigue a andar descalço sobre vidros partidos três vezes por semana, que por mim está aprovada.' É ridículo mas muitas vezes acontece, não nestes moldes. O que me preocupa é que aquilo que não deve ser priritário passe a ser o ópio da vida diária do povo. Política, economia e assuntos que convém saber, estando informados, secundados pelo Mundial até ao ano 2018. Eis aqui o que me faz pensar duas vezes. Mundial? Bom, como dizem os meus amigos Sebenta, a ver vamos....

Wednesday, January 21, 2009

Obama

Foi ontem a tomada de posse de Barack Obama como 44º Presidente dos EUA. Poucas vezes terá havido o sentimento de euforia à escala mundial que se sentiu no dia de ontem. Já tive a oportunidade de o dizer uma vez e volto a repeti-lo: cuidado, as altíssimas expectativas que se colocam em Obama podem sair frustradas logo que este precisar de tomar algumas medidas um pouco mais 'chatas', digamos. Só espero que esta euforia não o deixe refém do próprio povo, que tantas vezes provou que não pode 'liderar' directamente um país, mas apenas escolher quem crê estar mais capaz de o fazer.

Grandes desafios se apresentam a Obama. Na diplomacia internacional, as questões do Médio Oriente, o lidar com a crise nuclear iraniana e norte-coreana (esta, no meu entender, mais grave e perigosa) e a recuperação da débil imagem norte-americana no exterior são os grandes desafios. Lidar com Hillary Clinton também poderá ser um problema, mas prefiro, honestamente, esperar para ver o que poderá esta equipa dar...

Na óptica da defesa, apresentam-se alguns desafios também eles de grau de dificuldade elevado. Retirada do Iraque, a situação afegã, ou o enfraquecimento da Al-Qaeda, são aspectos de importância extrema. Há que retirar ponderada e calmamente do Iraque, para que este não se torne um 'campo minado', há que perceber a opção 'Afeganistão' de Obama e há que enfraquecer Bin Laden e seus camaradas, sob pena de a história vir dar razão a Bush (e que grande golpe isso seria...).

Internamente, a questão do sistema nacional de saúde poderá ser o mais difícil obstáculo, dada a pressão que a Admnistração sofrerá dos lobbys dos grandes grupos privados americanos que operam na área. Não deixa de ser estranho que nós, na Europa, andemos a ver como passar a saúde para os privados, enquanto na América eles tentam inverter o processo...dá que pensar... Mas além da saúde temos a tão badalada questão da crise económica mundial. Nada facéis se avizinham estes primeiros meses para Obama...

Vamos ver o que Obama poderá vir a representar para o mundo. Mas aconselho o resto do mundo, especialmente os europeus, a deixarem de olhar para Obama como o 'Salvador'. Poderá ser um bom político, um óptimo Presidente, até pode entrar para a História por outras razões que não apenas ser o primeiro Presidente negro da História dos EUA. Mas acho que já somos demasiado crescidinhos (por alguma razão nos chamam 'o Velho Continente') para acreditar em contos de fadas...

Wednesday, January 14, 2009

Um Propósito...

É estranho, mas a maioria das pessoas vive sem um propósito, sem um objectivo de vida capaz de reger as suas decisões. É quase como conduzir sem destino traçado, ao sabor dos cruzamentos, das obras da estrada, do trânsito, virando sem saber para onde nos dirigimos. Às tantas, estamos perdidos no meio do nada, sem saber de onde viemos, e pior, sem saber para onde vamos. É possível alguém chegar a algum sítio desta maneira? Não creio. Quer dizer, a algum sítio chegamos sempre, mas será sempre uma escolha do 'destino' e não nossa, isto caso negligenciemos uma questão tão central como termos um propósito na nossa vida.

Mas o que é um propósito? Pode ser muita coisa. Eu vejo um propósito como o centro do alvo, ou seja, o lugar que almejamos alcançar. Muitos factores depois influenciarão se o atingimos ou não, mas o primeiro passo de atirar ao alvo é saber onde ele está, senão, em 360º, teremos 359º de outras possibilidades para atirar, e muitas possibilidades de falhanço pelo meio.

Qualquer caminhada começa com uma clara definição de onde queremos chegar. Essa clara definição leva-nos a tentar perceber como podemos lá chegar. O como podemos lá chegar ajuda-nos a tomar as decisões certas nos cruzamentos e decisões da vida. Erraremos ainda assim? Certamente! Escolheremos caminhos errados? Muito provavelmente. Mas aí, o nosso GPS dirá que precisamos de fazer inversão de marcha logo que possível!

A minha pergunta é como poderemos fazer a viagem da nossa vida sem saber onde queremos chegar?

Tuesday, January 13, 2009

Cristiano Ronaldo, Claro!

Gosto de futebol. Não me debruço mais vezes sobre o tema por opção, até porque creio que existem temas bem mais importantes, acerca dos quais se deve 'perder' tempo a falar. Mas não é todos os dias que alguém de um país tão pequeno em número de população é considerado o melhor jogador do mundo. Também não é todos os dias que podemos afirmar que temos o melhor do mundo numa actividade. Por isso, e pela importância que isso tem, dedico-me hoje ao fenómeno Cristiano Ronaldo.

Deixem-me dizer, antes de mais, que o Cristiano Ronaldo não será nunca uma figura consensual. como foi Figo ou até alguns outros jogadores da sua geração. Não é discreto, não é humilde (pelo menos na definição portuguesa da palavra), nem é de grandes causas sociais (pelo menos à primeira vista). Por outro lado, a sua vida social está longe de ser 'aconselhável', com inúmeras histórias de romances, carros 'espatifados', e muito, mesmo muito dinheiro à mistura. Mas permitam-me discordar de muitas destas avaliações. Confesso que faço uma avaliação bem diferente daquilo que é Cristiano Ronaldo.

No meu entender, Ronaldo percebeu que tinha talento inato para fazer algo. Agarrou nisso e trabalhou-o desde cedo (para isso basta ver os depoimentos dos seus primeiros treinadores, coisas que ontem não faltou na televisão...) de forma afincada. Foi inteligente porque percebeu que, tendo talento, de nada lhe valeria se não o trabalhasse. Entretanto alcançou o seu sucesso, e vai já na 5ª época ao mais alto nível no Manchester, num dos campeonatos mais exigentes física e psicologicamente falando. E o que faz ele? Encostou-se à sombra da 'bananeira'? Não. Segundo Queirós, no final do treino os colegas retiravam-se e ele ficava a treinar livres e remates. Segundo o fisioterapeuta que o recuperou de lesão recente, o problema não era se Ronaldo fazia os exercícios, mas sim se os fazia em demasia. Segundo a família, Ronaldo chega a casa e vai para o ginásio trabalhar o físico. Ronaldo é o melhor porque é trabalhador e percebeu que só assim poderia alcançar o seu objectivo: ser o melhor do mundo!

Terá muitos defeitos, muita coisa a apontar. Mas, se na nossa vida diária conhecemos uma carpinteiro que anda constantemente a procurar melhorar na sua técnica e trabalho, consideramo-lo, 'um bom rapaz', honesto e trabalhador. Mas um futebolista já não o é? Eu sei que eles ganham milhões, mas não foram eles que criaram a 'indústria' tal como ela é hoje', mas sim os 'agentes' (dirigentes e agentes de jogadores, nomeadamente...) que gravitam à volta do mundo da bola...esses é que tornaram o jogo imoral!

Bom, alegremo-nos portugueses! Pelo menos por agora temos o melhor jogador de futebol do mundo! Fosse assim em tantas outras áreas...

Thursday, January 8, 2009

Ano Novo, Vida Velha?

Todos os anos se repete esta imagem. Milhões de pessoas um pouco por todo o mundo aproveitam o início de um novo ano para se comprometerem a ser e fazer qualquer coisa que ambicionam. Gostava que um dia houvesse um estudo sério sobre isto. Gostava, a sério! Gostava que alguém pegasse num grupo de pessoas e controlasse qual a percentagem de resoluções de ano novo que são cumpridas. O número era capaz de ser assutador, mas poderia ser um sério aviso 'à navegação'. Quantas pessoas não prometeram que 'é este ano que deixo de fumar!' ou vieram dizer que era este ano que dedicariam mais atenção aos filhos, aos maridos, às mulheres...quantas pessoas não conhecemos nós que diziam que 'este ano é que é! Vou fazer exercício e perder 25 kg!' e no fim do ano têm exactamente a mesma figura redonda?

Não quero aqui ridicularizar as resoluções de ano novo. Quero é desmistificar aquilos que elas são. São um engodo que serve para nos enganar a nós próprios. As verdadeiras resoluções para a nossa vida não precisam de uma data para serem tomadas ou verem a luz do dia. Precisam é de uma verdadeira transformação interior que nos impele a dizer 'a partir de agora vou tratar da minha saúde! Vou deixar de fumar, vou fazer exercício, vou comer melhor...'Não é preciso ser 1 de Janeiro para decidir isto. Pode ser 25 Março, 11 de Junho ou 28 Setembro. Não importa! Importa é aquilo que ouvi há já algum tempo, numa frase que, no meu entender, deve pontuar todas as nossas decisões:

'Uma boa decisão é aquela que eu tomo e da qual não me arrependo no futuro!'

Tenham um fantástico 2009! E já agora, aquilo que tiverem a decidir decidam-no agora! Nunca haverá altura melhor que esta!