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Friday, April 16, 2010

O que é nosso...

Estranha mania a dos portugueses de desvalorizar o que é nosso. A nossa música é sempre a mais pirosa, os nossos políticos são sempre os mais horríveis e porcos corruptos, a nossa selecção devia jogar sempre mais, mesmo que tenha dado 5-0 ao Brasil...nunca estamos satisfeitos! 'Oh insaciável povo este', diria Camões da alto da sua pala de sapiência. Eu diria que é uma terrível insegurança que nos leva a este ponto...mas insegurança relativa a quê?

Somos inseguros quanto à nossa história - Síndrome da Ignorância Adquirida

Um povo que não sabe de onde veio, dificlmente saberá para onde ir. Temos uma história rica mas infelizmente pouco valorizada. É claro que o nosso olhar não deve estar lá atrás, mas também há limites para tudo...Infante D.Henrique Vasco da Gama, Pedro Álvares Cabral, Luiz Vaz de Camões, são nome dos quais devemos saber a história de trás para a frente. Raios! Triste país em que as referência se chamam José Mourinho e Cristiano Ronaldo (com todo o respeito que me merecem...). Triste país em que há feriados religiosos por tudo e por nada e em que só há um feriado dedicado a uma figura da história portuguesa! Triste país que ignora de onde vem, porque isso é sinal que ignora para onde vai...

Somos inseguros quanto ao presente - Síndrome Velho do Restelo

Aqueles que ainda conhecem a História de Portugal sabem-no, mas talvez não consigam sempre enquadrar da melhor maneira (eu próprio a maior parte das vezes esqueço-me dele...). Falo da história do velho do restelo, imortalizado na expressão popular similar que define o pessimista exacerbado, aquele para quem o fim do mundo está mesmo aí há esquina há, pelo menos, 50 anos. Esquecemo-nos que essa figura pontua aquilo que é mais comum nos portugueses: a figura que rejeita o que é novo, a figura que não assume riscos, a figura que inflama meia dúzia de iluminados e os leva a rejeitar liminarmente qualquer ideia que venha romper com o pré-estabelecido. Para o velho do restelo o mundo era plano, e aqueles burros, em quem o Reino tinha gasto tanto dinheiro, iam morrer, porque iam cair na borda do mundo. Ainda hoje há uns quantos iluminados que continuam a dizer que devemo-nos manter tal como estamos, sem riscos, aqui fechadinhos na nossa casa. Relembremo-nos que Portugal foi grande quando se abriu ao mundo. Se calhar está na hora putra vez...

Somos inseguros nos conflitos - Síndrome de Pequenez

Algures no tempo perdemos aquele espírito de padeira de Aljubarrota que nos trouxe até aqui e nos fez despachar castelhanos à velocidade da luz. É óbvio que o tom é de brincadeira, mas não o conteúdo. Portugal tornou-se um país de extremo politicamente correcto. Evitamos o confronto, o conflito. Muitos entendidos dizem que isso deve-se ao facto de sermos um país estável em termos de conflitos bélicos há muitos e muitos anos. Talvez seja. Mas precisamos de recuperar esse espírito 'padeira de Aljubarrota'! Precisamos de perder o medo de ir à guerra, de meter o pé, precisamos de deixar de ser o pequenino bem comportado. É essa pequenez estampada na tentativa de fazer tudo muito bem feitinho que nos tem causado tantos problemas e nos tem afundado cada vez mais no fundo dos fundos dos fundos da relevância a nível mundial.

Significa isto que estamos feitos? Não, porque muitas outras coisas temos de extraordinário...falamos disso depois, ok?

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