Reescrevo porque repensei e reflecti.
O post 'Os que da lei da morte se libertam' foi escrito tendo como ponto de partida o falecimento da minha avô Luísa. Alguns saberão que ela passou os últimos 28 anos num estado provocado por acidente grave de viação, que a atirou para uma cadeira de rodas, ao mesmo tempo que toldou boa parte das suas capacidade mentais. Com base nisso escrevi (e pensei!) que a grande mágoa que teria era de não a poder ter conhecido verdadeiramente, antes desse acidente. Mas hoje escrevo diferente, e passo a explicar porquê.
Desde miúdo que me habituei a ouvir relatos da vida da minha avóantes do acidente, contados por gente que ela conhecia, amava ou, de alguma outra forma, influenciou. Ouvi n relatos diferentes, de gente diferente, que conviveu com ela em momentos diferentes. Todos esses relatos convergem num ponto-chave comum. A minha avó amava as pessoas, amava estar com elas, preocupava-se com elas e queria estar no meio delas. Ajudava, acompanhava, aconselhava, dava a mão, levantava, mobilizava. Tinha tempo para a Igreja, para a família, e para as pessoas, nunca descurando nenhuma destas áreas.
É por isso que eu reescrevo. Guardei da minha avó uma coisa simples, mas de importância incalculável. O amor pelas pessoas. O interesse pelas pessoas. O foco nas pessoas. As pessoas é o que de mais importante há neste mundo. Cristo veio pelas pessoas. E eu gostaria de também ser reconhecido por essa característica. E é por isso que reescrevo. Porque, sem que provavelmente ela tenha tido consciência disto, a minha avó ensinou-me o quão importantes são as pessoas. Sem elas, nem correrias, nem edifícios, nem projectos, nem reuniões importam. Importam, isso sim, as pessoas. E é por elas que sigo o exemplo da avó que eu não conheci, mas da qual ouvi falar. Porque as tuas obras continuaram e continuarão a falar mesmo depois da tua morte...
A injustiça da parábola do filho pródigo
13 years ago
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