Esta questão da escutas ao Presidente e à sua equipa levantou tremenda celeuma na sociedade portuguesa. Afinal, está em jogo a independência da Presidência, a seriedade do Governo e do PR, a cooperação estratégica, etc, etc, etc... mas a pergunta não deixou de ecoar na minha mente nas últimas horas... não estaremos todos a ser escutados?
Às vezes não seria mau de todo que agissemos como se estivéssemos a ser escutados, vigiados. Cada vez que ficamos entregues a nós próprios, a tendência é a de fazermos, desculpem a expressão, porcaria. O mais interessante da questão é que, de facto, estamos a ser escutados, vigiados, vistos. Mas também não deixa de ser interessante que a vigilância a que estamos sujeitos não é de forma a sermos incriminados de algo, mas de forma a sermos libertos e salvos de muito do nosso próprio dia-a-dia. Aquele que nós 'vigia', não o faz por perversão ou para acusação de alguém. Fá-lo pela necessidade de nos mostrar o melhor caminho, a melhor maneira.
Isto não deixa de me fazer pensar na forma como nos comportamos quando estamos a ser vigiados e quando não o estamos a ser. Porque é que somos tão diferentes numa e noutra situação? Porque nos comportamos detestavelmente quando estamos sós e somos tão bonzinhos quando somos vigiados? Afinal, somos autênticos ou não? Seremos verdadeiros, reais? Ou seremos apenas parte de uma novela à escala mundial em que desempenhamos papéis conforme as situações, conforme as nossas necessidades e os nossos interesses?
Dá que pensar não dá? Ou será preciso que o SIS nos escute para mudarmos o nosso pada~ro de comportamento?
A injustiça da parábola do filho pródigo
13 years ago
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