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Wednesday, April 22, 2009

Uma sociedade sem classes...um exclusivo comunista???

Será a 'utopia' de uma sociedade sem classes um exclusivo das crenças comunistas? Aliás, terá sido uma ideia peregrina de Marx e Engels? Tenho uma concepção pessoal de sociedade que me impede de ver como 'normal', ou pelo menos, desejável, a sociedade estratificada. Não acredito na diferenciação, seja ela por sexo, (in)capacidade, crenças, cor ou cultura. Acredito que somos iguais, porque assim fomos criados, iguais, sem diferença nem superioridade de uns sobre outros.

O desequilíbrio desta equação está assente na ambição humana. Um dos mais importantes motores da humanidade é também um dos maiores vírus que temos em mãos. Mas este não é um exclusivo da actualidade, nem o foi do século XIX. Infelizmente, há muitos séculos que assim é. Aliás, se calhar até é assim há bem mais tempo do que nós podemos imaginar.

É por isso que gosto de ver Jesus como um revolucionário. É por isso que até gosto quando Lhe chamam 'o primeiro comunista da História'. E digo-vos porquê...é que talvez essas duas descrições não sejam assim tão descabidas. Gosto imenso de uma história que o próprio contou sobre um banquete dado por um alguém proeminente. Convidou todos os seus amigos e conhecidos, que, à última hora e de forma educada, se escusaram, alegando razões mais que óbvias e convincentes. Quem não gostou foi o anfitrião do banquete, que ordenou que se convidassem aqueles que estavam na rua, perdidos, marginalizados, deixados de lado. E não descansou enquanto a sua casa não esteve cheia desses.

Acredito que esta história encerra a grande diferença do Cristianismo. O Evangelho é para todos, e isso é um facto. Mas tal como Cristo se concentrou naqueles que realmente dele necessitavam, como os oprimidos e fracos de então, também aqueles que o seguem devem ter o mesmo comportamento. E a razão é esta: é óbvio que um magnata precisa tanto de um relacionamento com Deus como dele precisa um sem-abrigo. Mas o sem-abrigo também precisa do que comer, do que vestir, algo de que o magnata não necessita urgentemente. E o Evangelho não são só palavras. Como Paulo diz, é alimentar o faminto, vestir aquele que não tem roupa e receber o que não tem lar...

Utopia? Talvez...mas vale bem a pena lutar por ela...

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