Afinal, o que é a fama? Acho que é justo sabermos responder a esta pergunta, tendo em conta que estamos a instruir a nossa sociedade, e especialmente os mais novos, a viverem para a alcançarem. Descobri que a resposta, ao contrário do que costumamos aceitar, não é assim tão simples. Bastou uma pequena pesquisa por esta maravilha que é a net para perceber que a questão tem vários equívocos à partida. O primeiro equívoco é que é bem mais antiga do que pensamos. Lord Byron, poeta romântico inglês do início do século XIX respondeu um dia à pergunta 'o que é a fama?', dizendo que 'é a vantagem de ser conhecido por pessoas acerca das quais nada sabes, e com as quais nem sequer te preocupas.' A 'idade' avançada desta questão também é perceptível noutra frase de Byron, 'a fama é a sede da juventude'. Estávamos no século XIX...
No meu entender o problema passa em grande parte pela mensagem que estamos a passar às mais novas gerações. Nunca tanto como hoje se confundiu sucesso, fama e felicidade. São três conceitos distintos, mas que infelizmente temos tendência a juntar. Isso leva a criarmos gente muito famosa, muito bem sucedida (dentro 'daqueles' parâmetros de sucesso pelos quais nos regemos) mas muito pouco feliz. Andamos a criar uma geração 'vaidosa' segundo aquilo que escreveu George Santayana, filósofo, poeta, e humanista espanhol que disse que 'a maior demonstração de vaidade é o amor pela fama'. Deixámos instalar no nosso meio uma mentalidade de fama. Não importa aquilo que venhas a fazer, desde que sejas famoso com isso. Já nem sequer se trata de ser excelente ou altamente capaz ou profissional, mas apenas de conseguir cumprir, no mínimo, os tais 15 segundos de fama a que tenho direito...
Henry Wadsworth Longfellow, poeta americano do século XIX tem aquela que eu considero a frase lapidar sobre a fama: 'O talento do sucesso não é mais do que fazer bem aquilo que está ao nosso alcance, e fazer bem tudo o que houver para fazer sem pensar em fama. Se ela vier, então será por mérito, nunca porque corremos atrás dela.' E além disso, faço minhas as palavras de outro poeta e ensaista norte-americano, Thoreau: 'Mais do que amor, dinheiro, ou fama, dêem-me a verdade.' Isto não vos faz lembrar 'conhecereis a verdade e verdade vos libertará'?
A injustiça da parábola do filho pródigo
13 years ago
1 comentários:
E é com verdade que encaro
até as tuas parvoíces mais profundas. Porque foi em verdade e com a verdade que te conheci e que quis ser tua amiga. Quanto ao que escreves? Assino por baixo e rendo-me à verdade da tua escrita: livre e verdadeira. Continua sempre, Mafi
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