Há um contrasenso tremendo no maior argumento a favor da legalização do casamento entre pessoas do mesmo sexo. O argumento em causa é o que diz que 'não devemos vedar a alguém um direito (neste caso o casamento) apenas porque a sua opção, seja ela sexual ou de outra ordem, é distinta. É um argumento que tem o seu quê de validade, embora possa ser perigoso se adoptado para todas as áreas, gostos e tendências que proliferam na sociedade. Mas não é por isso que deixa de ser um argumento lógico, se o restrigirmos, claro, apenas à perspectiva relativa à igualdade de direitos. Dizia eu que há um contrasenso. Qual é ele? É simples. Então se vamos legalizar o casamento entre pessoas do mesmo sexo, porque não legalizamos a possibilidade de adopção de crianças por parte dessas mesmas pessoas? Ou será que vamos criar um casamento de primeira (o heterossexuaal) e um casamento de segunda (o homossexual)? E se sim, será que isto é a tal igualdade de direitos de que falávamos há pouco?
Não deixa de ser estranha esta opção. Não sou defensor do casamento entre pessoas do mesmo sexo, mas tenho de reconhecer que deixar as coisas a 'meio caminho' não será uma grande solução. Dizem uns que 'até ao fim da legislatura a situação será aprovada'. Até ao fim da legislatura são, talvez, 4 anos. É o mesmo que rebentar um cano na minha rua, a companhia das águas ir lá resolver, instalando metade da canalização nova e deixando a outra metade por arranjar. Aquilo que hoje parece uma solução 'mais ou menos', amanhã pode dar origem a uma nova rotura...é isso que vai acontecer neste caso também.
No meu entender, modesto diga-se, o casamento entre pessoas do mesmo sexo é uma deficiente aplicação do conceito de igualdade de direitos. E a questão principal é que não podemos tratar duas coisas distintas (casamento hetero e homossexual) da mesma maneira. O casamento heterrossexual será sempre firmado no conceito de formação de família, o que, entenda-se, pressupõe filhos, algo que, como sabemos nunca poderá acontecer com os casais homossexuais, excepto situações de adopção e/ou fertilização in vitro (no caso das mulheres). Ora, ao vedar o acesso à adopção a estes casais, estamos a bloquear uma das 'coisas positivas' que estes casamentos poderiam trazer: um lar para crianças sem lar. Estranho...?
Como disse no post anterior, é altura de a Igreja deixar de ser contra e mostrar-se mais a favor. Estamos a falar de pessoas que, durante anos, décadas, séculos, foram mal tratadas pela Igreja, sobre o peso da espada da lei. É tempo da 'Graça' chegar a eles também. Será que o seu estilo de vida é o mais correcto aos olhos de Deus? Pelo que diz a Bíblia, não o será. Mas o meu também não é. Peco, tal e qual como eles. Mas Deus derramou a Sua Graça e o Seu favor, e isso para mim é mais do que suficiente, tal como será para as suas vidas. Assim queiramos nós ser a verdadeira embaixada de Cristo na Terra e assumirmos o nosso papel de facilitadores da comunicação entre Deus e o Homem, apresentado a sua mensagem sem condenação, antes com a certeza de que ela é poderosa, libertadora e a única capaz de devolver ao Homem a dignidade com que Deus nos criou.
A injustiça da parábola do filho pródigo
13 years ago
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