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Monday, October 27, 2008

Um país preso por arames II

A 4 de Junho escrevi um post em que dizia aquilo que me ia na alma em relação a este país. Por achar que hoje tenho mais algumas coisas a dizer (desculpem se usar ironia em excesso, mas...é mais forte que eu...) decido pegar no mesmo tema, colocar o mesmo título, mas com aquele sinal de sequela. Ora então aqui vamos nós...

O tempo passa e parece que nós, portugueses, estamos cada vez mais estranhos, como que a acompanhar a estranheza em que o próprio vai crescendo. Agora estamos em crise. Acho que desde 2000/2001 que não ouvimos falar de outra palavra. Nos entrementes, o mundo já esteve em recessão, voltou a ser um lugar próspero, e mais uma vez tornou à sua forma recessiva. Nós por cá somos muito regulares e previsíveis. Crise, crise e mais crise. Por 3 a 4 vezes se anunciou com pompa que 'a crise acabou'. Lembro-me perfeitamente de 2 delas. Uma foi-nos proporcionada pela dupla Santana/Bagão (resultado: governo demitido, eleições antecipadas e....crise ainda mais profunda...). A segunda, mais recente, foi patrocinada pelo duo Sócrates/Teixeira dos Santos (resultado: desta vez não só ficámos nós em crise como arrastamos todo o restante mundo atrás de nós...só ao alcance dos bons, hein?). Antes que apareça a terceira dupla sebastianista, peço contenção e moderação, porque parece que a esta cadência, da próxima vez que se anunciar que o país, 'oficialmente', saiu da crise, vamos ter o fim do mundo ou coisa que o valha. Prudência, portanto...

Agora mais a sério. É interessante olhar para trás e perceber que muitos dos problemas que nos assolavam se mantêm intactos. As famílias vivem em grandes dificuldades, especialmente ao nível da classe média/baixa. Por incrível que pareça, há gente a trabalhar todos os dias que ganha menos do que muitos que não trabalham. Não me parece concebível. E também não me parece minimamente lógico que existam 20 mil milhões de Euros para a banca dispôr quando necessitar, e não haja dinheiro para aumentos condignos, no ordenados, nas pensões, nas reformas e por aí fora. Vi no último Domingo uma reportagem na televisão que contava a história de uma mãe solteira que deixou de trabalhar para poder acompanhar a filha, portadora de uma deficiência rara incurável, nos muitos tratamentos a que é submetida. Sabem com quanto dinheiro vive esta família por mês? 300 euros... É normal? Não creio...

Resta-nos a certeza que continuamos a ter um povo que, apesar dos seus muitos defeitos, continua a ser solidário. Resta-nos a tal 'alegria da pobreza', essa tal alegria que está na 'grande riqueza de dar e ficar contente'.

Sei que este post é bem menos irónico que o outro. Também tenho noção que desta vez nomeei algumas pessoas. Não o faço para colocar nelas a total responsabilidade (alguma terão, como é óbvio...). Peço que não leiam este texto como um ataque a este ou àquele, mas como um texto escrito por alguém que gostaria imenso de ver o país a seguir, definitivamente, em frente, não esquecendo quem para trás fica. Que assim seja.

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