Tudo começa nesta frase...
«Faz mais falta (...) um intérprete a acompanhar um surdo numa estação dos CTT ou um guia turístico num museu nacional a guiar um estrangeiro?»
Isto incomodou-me. E ainda bem. Incomodou-me que, até hoje, não tivesse olhado para a igualdade desta forma. Li esta frase quando dava mais uma vista de olhos (leia-se, lia!) o livro da minha querida Mafalda Ribeiro (Mafaldinha), o já bem conhecido do público 'Mafaldices'.
Confesso que já há algum tempo que não lia nada que me fizesse 'saltar os olhos da órbita' e voltar atrás para pensar bem no que acabara de ler. Esta frase teve esse efeito em mim. Afinal de contas a igualdade é alguma coisa que todos reivindicamos esporadicamente, mas da qual nos esquecemos diariamente. Como sempre acontece, achamos ultrajante sermos considerados diferentes, mas esquecemo-nos desgraçadamente dos 'diferentes' quando estamos no 'topo da cadeia alimentar'. Estranho? Um pouco. Mas não deixa de ser revelador da natureza humana e da sociedade que NÓS próprios criamos.
Um guia num museu a falar inglês, alemão, italiano, espanhol e por aí fora. Se formos a um museu e virmos esta imagem nem lhe ligamos. Afinal de contas é normal. Mas um intérprete num serviço público, disponibilizando tradução a quem, por alguma razão, não pode ouvir talvez já fosse algo digno de nota, comentário, ou longa dissertação? Estranho? Não muito. Já fui compreendendo que, para lidar com a diferença, todos temos de perceber que somos diferentes. Afinal esta é uma das grandes riquezas da Humanidade. É que Deus criou-nos numa singularidade absolutamente notável. Cabe a cada um descobrir o quão notável é a singularidade do parceiro do lado. Seja ele quem for.
A injustiça da parábola do filho pródigo
13 years ago
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