É bonito e quase comovente. Reproduzem-se como se não houvesse amanhã. São o contrário da gente relevante acerca da qual ainda ontem falou o meu ‘patrão’ e amigo Mário Rui Boto. Chamar-lhes cristãos é elogioso, atendendo à sua conduta de comportamento. Não, não estou a falar dos homicidas, nem dos homossexuais, nem dos ateus. Estou a falar de uma raça crescente e assustadora. Há quem lhes chame fariseus. Há quem lhes chame moralizadores. Há quem lhes chame falsos. Há quem diga que são necessários. Eu prefiro chamar-lhes os cristianizadores morais compulsivos da sociedade.
Especialistas na análise de tudo o que se passa à volta, sabem ler e compreender todas as atitudes dos outros, fazendo sempre a sua crítica ‘construtiva’, fruto de uma leitura cristã ‘séria e independente’. Vêem tudo e todos como ninguém, lendo todos os sinais de decadência moral em que este mundo está a entrar. São particularmente especialistas nas questões morais do indivíduo, comentando cada acção menos feliz com uma superiodade própria de alguém a quem a santidade assenta que nem uma luva. Tudo é vergonha. Tudo é desgraça. Tudo é decadência moral. Nada é óptimo. Caminhamos decisivamente para o maior dos males.
Estes moralizadores gostam especialmente de sangue. Tudo o que soe a queda, tudo o que soe a erro crasso de alguém, tudo o que soe a ‘derramamento de sangue’ (sempre ‘espiritualmente falando’) tem a sua atenção e a sua intervenção. Comparo-as àquela malta que aparece nos acidentes de viação, aqueles grandes. Há pessoas a morrer ali naquela altura, mas a sua preocupação está virada para quem teve a culpa, quem errou, quem falhou, como se os paramédicos tivessem isso em consideração aquando do tratamento dos feridos.
Estes moralizadores tendem a transformar a igreja em não, tendem a levar a igreja para um ponto de isolamento da sociedade, porque consideram a mesma demasiado impura para poder albergar a mesma. Estes moralizadores apenas se contentam quando a igreja se torna um clube de seres moralmente superiores, deslocados da sociedade por evidente capacidade superior. O seu sonho é quase o mesma da maçonaria: um circuito fechado e iluminado de gente acima de toda a suspeita. Uau!
É tempo de aqueles que são cristãos (seguidores de Cristo) se levantarem, não contra estes moralizadores, mas a favor de uma sociedade que precisa do Evangelho hoje mais do que ontem, e amanhã mais do que hoje. A última coisa de que precisamos é de quem aponta os problemas, as falhas, os erros. Precisamos de mãos que levantem a mulher adúltera, precisamos de palavra para falar com a mulher samaritana, precisamos de braços que abracem o filho pródigo, precisamos da atenção do bom samaritano para com o próximo. Não precisamos de quem diga que eles estão mal. Disso eles sabem. Todos sabem. Do que precisamos é de mais de Cristo e menos desta amálgama pseudo-moralizadora em que muito querem tornar a Igreja.
A injustiça da parábola do filho pródigo
13 years ago
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