Como seres humanos, fomos habituados a pensar e planear as coisas para que corram de determinada maneira. Por um lado, revela confiança no facto de que aquilo que vamos fazer irá correr bem...mas por outro, revela alguma impreparação para lidarmos com os fracassos, insucessos e maus resultados que muitas vezes conhecemos nos diferentes momentos e nas diferentes empreitadas da nossa vida!
Estamos treinados a responder a deteminados problemas, de determinada maneira, com determinados padrões de comportamento. E quando as coisas não correm, de todo, como planeámos? E quando não acontece, nem de perto nem de longe, aquilo para o qual estamos preparados...?
Bom, a realidade é que lidarmos com o fracasso torna-se premente e essencial numa vida com sentido. Quem tem por 'hábito' mexer-se, fazer coisas, ter iniciativa, sabe que o insucesso e o fracasso são palavras que andam quase paralelas à nossa vida, e que um pequeno desvio pode significar que tocamos nelas...
Mas aquilo que poderia ou deveria ser um pequeno desvio, torna-se, muitas vezes, uma estrada permanente...o que me leva à primeira pergunta: E quando nem tudo corre como imaginamos?
Há algumas coisas que têm tendência a contecer durante esses momentos:
1. As circunstâncias tendem a puxar-nos ainda mais para baixo - quando as coisas começam a correr menos bem, por norma, tudo o que se segue são sequências de circunstâncias adversas....resultado....frustração a triplicar....
2. Parar e olhar à volta torna-se perigoso - uma das poucas alturas em que parar e observar pode não ser muito aconselhável. Vamos acabar a pensar no nosso próprio fracasso. Vamos acabar a achar que não conseguimos, ou que não somos os indicados, ou que simplesmente não temos capacidades para....resultado....mais frustração....somada a uma boa dose de derrota....
3. As soluções que aparecem no horizonte tendem a desfazer-se - é lógico....quando estamos em desepero, qualquer pequena porta nos parece um caminho fantástico. Acontece que muitas vezes, devido ao nosso 'desepero' por fazer as coisas andarem, até as portas que, na lucidez, seriam menos apetecíveis, se tornam prioritárias e vitais no meio do desespero....resultado....ainda mais frustração.....cansaço.....somado a desilusão.....
É um facto que não estamos programados para responder ao fracasso, à desilusão, à derrota...mas também é um facto que a nossa vida é escrita, todos os dias, com essas variáveis....
Sinceramente...tenho percebido que, dia após dia, temos de aprender a lidar com aquilo que não corre como pretendiamos, com o fracasso, com a derrota, porque só assim podemos manter a cabeça levantada e encontrar as soluções que nos levem a sair das situações em que por vezes nos metemos.
Persistência.... não se trata de inteligência.....não se trata de capacidade....não se trata de habilidade... trata-se de persistência! No meu modesto entender, persistência é a capacidade de fazer várias vezes algo em que acreditamos, mesmo que não resulte à primeira, à segunda ou à terceira....podemos mudar de estratégia, podemos mudar de 'embalagem', mas nunca mudamos a permissa fundamental, o produto que está dentro da 'embalagem'...'aquilo em que acredito'. A verdade é que persistência não é algo cultivado na sociedade...acabamos por criar 'flores de estufa' que desistem às primeira contrariedade.
Persistência...nem sempre...ou melhor....é raro as coisas correrem sempre como nós planeamos. Mas a persistência torna-se a vitória daqueles que são derrotados, torna-se a conquista daqueles que foram 'conquistados' pelas circunstâncias da vida!
Somos nós persistentes? Estamos nós preparados para o insucesso, o fracasso, a derrota? Sabemos nós lidar com o que corre menos bem?
Quando nem tudo corre como imaginamos.....continuemos a fazer aquilo em que acreditamos!
A injustiça da parábola do filho pródigo
13 years ago